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A Palavra de Deus, alicerce para a vida cristã

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A Palavra de Deus, alicerce para a vida cristã

Estamos no mês dedicado a Sagrada Escritura. É um tempo em que a Igreja nos convida a voltarmos o nosso olhar para a Palavra Revelada, a Palavra de Vida, a Palavra que “se fez carne e habitou entre nós” (cf. Jo 1,1). Santo Tomás de Aquino diz: “Deus abriu a boca e as coisas se fizeram”, principalmente a Palavra viva chamada Jesus Cristo. O Filósofo Dinamarquês Soren Kierkegaard diz que a “Bíblia é a carta do amor de Deus dirigida a nós”. Não é apenas uma carta de romance, mas uma autorização de vida. A Palavra de Deus requer do homem um processo: ouvir, crêr e praticar. Tem como fundamento a fé. São Boaventura diz: “Sem a fé, não há chave de acesso ao texto sagrado”. Por isso: “Bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!” (cf. Lc 11,28).

A Carta aos Hebreus mostra-nos todo o poder da Palavra de Deus: “Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do corpo, e das juntas e medulas e discerne os sentimentos e pensamentos do coração” (cf. Hb 4,12-13). Essa Palavra é decisão e conversão. Existe um antes e um depois da Palavra de Deus.  O Espírito Santo nos ensina essa verdade, pelo profeta Isaías, cuja boca tornou “semelhante a uma espada afiada” (cf. Is 49,2). A Palavra ouvida, crida e praticada tem como objetivo produzir frutos: “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter regado a terra, assim acontece à palavra que minha boca profere” (cf. Is 55,10). A Palavra também serve para ensinar e educar na fé. São Paulo explica isso a seu jovem discípulo Timóteo, com toda convicção: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, é útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça” (cf. 2Tm 3,16).

Ela é, portanto, um instrumento indispensável para a nossa santificação. São Jerônimo, que traduziu a Bíblia do grego e do hebraico para o latim (Vulgata), dizia que “quem não conhece o Evangelho não conhece Jesus Cristo”. Ele traduziu uma das versões da Sagrada Escritura. As três traduções mais conhecidas da Sagrada Escritura são: 1) Versão Grega dos Setenta ou Septuaginta, elaborada entre os séculos IV e II a.C, em Alexandria, no Egito, por 70 sábios judeus; 2) Versão Latina, chamada Vulgata, traduzida do aramaico, hebraico e grego para o latim, por São Jerônimo; 3) Versão Alemã, traduzida por Martin Lutero, no século XVI.

Jesus nos ensina que “a Escritura não pode ser desprezada” (cf. Jo 10,34). Ele vence a tentação de Satanás no deserto com a seguinte sentença: “Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus” (cf. Mt 4,4). Se Jesus venceu a Satanás pela força e vitalidade da Palavra, nós também podemos vencer as tentações do dia a dia pela meditação da Palavra e a sua prática. Somos filhos da Palavra. Mas essa Palavra não deve apenas ficar sobre nossa propriedade, mas deve ser rezada, anunciada e pregada aos quatro cantos da terra. Rezada pelo método da Leitura Orante da Bíblia, a Lectio Divina. É um método fecundo de interiorização e praticidade da Palavra de Deus. Ela se constitui de 3 passos: 1) Acolher a Palavra: Ler e escutar a Palavra; 2) Contemplar a Palavra: Meditar e contemplar a palavra, rezar diante dela;3) Praticar a Palavra: Obedecer a Palavra, colocá-la em prática. Anunciada e pregada com a vida e o pelo conhecimento da Palavra, pois como diz o Profeta Amós: “Eis que vem os dias em que enviarei fome sobre a terra, não uma fome de pão, nem uma sede de água, mas fome e sede de ouvir a palavra do Senhor” (cf. Am 8,11).

Graças à Deus que esses dias chegaram!

Padre Lizandro Cardoso Goularte
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Canoas-RS
Informativo Na Presença de Deus – setembro de 2015