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Quaresma, tempo de conversão

Podemos iniciar esse artigo com a seguinte pergunta: “Ainda hoje há um tempo específico para a conversão? ” Talvez essa pergunta freie o ritmo de uma sociedade consumista e também gere esperança em muitos que vivem amargurados e sem esperança diante do cenário atual. A Quaresma, que são os quarenta dias que separam a Quarta Feira de Cinzas da Missa da Ceia do Senhor, é justamente esse tempo favorável de uma experiência mais viva com o Mistério Pascal, a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. A Quaresma é o tempo de voltar para Deus, é o tempo da graça e do arrependimento. Jesus nos convida à conversão: “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Somos chamados a trilhar um caminho quaresmal, marcado pelo caráter batismal e penitencial. São João Paulo II diz: “A conversão se exprime desde o início com a fé total e radical, que não põe limites ao amor de Deus”. A Quaresma tem uma índole Pascal, nos convidando a morrer com Jesus e ressuscitar com ele. É atingir uma vida renovada à imagem do Senhor ressuscitado. Quaresma é tempo de luta e combate contra o pecado. Por isso, experimentar a misericórdia nesse tempo é importante. Não há maior vitória do que estar com Deus. Santo Agostinho diz: “Um homem sem Deus, é um peregrino sem meta, um questionado sem resposta, um lutador sem vitória, um moribundo sem nova vida”. A Quaresma é um tempo em que Jesus nos convida a ir com Ele para o deserto, ficar com Ele, enfrentar nossos medos e provações. O texto bíblico clássico que marca esse itinerário quaresmal é a Tentação de Jesus no deserto (cf. Lc 4), onde assume sobre si os pecados da humanidade começa a expiá-los nos quarenta dias de jejum e oração que passa no deserto, enfrentando Satanás. O Evangelista no diz que “cheio do Espírito Santo, voltou Jesus do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, onde foi tentado pelo demônio” (Mt 4). Jesus vence o Demônio com oração, mortificação, penitência e conhecimento da Palavra de Deus. O deserto é lugar da pobreza, silêncio, interioridade, morte e escassez. Lugar propício para enfrentar tentações. Jesus está no deserto e enfrenta as tentações do Demônio. Na primeira tentação o Diabo pede para Jesus transformar pedras em pães, no momento de fome. Mas Jesus o afasta com a força da Palavra de Deus: “Está escrito, nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (cf. Mt 4,4). Na segunda tentação o Diabo conduz Jesus ao alto de uma montanha e lhe oferece o domínio sobre todos os reinos do mundo. Jesus diz: “Está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás” (Mt 4,10). Na terceira tentação o Diabo propõe a Jesus atirar-se do ponto mais alto do Templo de Jerusalém. Jesus diz: “Está escrito; não tentarás o Senhor teu Deus” (Mt 4,7). Bento XVI disse em uma de suas homilias que “o núcleo das tentações que Jesus sofreu é a proposta de manipular a Deus, de usá-lo para os próprios interesses, para a própria glória e para o próprio sucesso. De colocar a si mesmo no lugar de Deus, retirando-o da própria existência e fazendo-o parecer supérfluo. Cada um deveria perguntar-se: Qual é o lugar de Deus na minha vida? É Ele é o Senhor ou sou eu? ”. Portanto, deixe que Deus esteja em primeiro lugar em tua vida e que ele nos ajude a enfrentar as situações de provação em nossas vidas. Ótima Quaresma!

Padre Lizandro Goularte
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição
Canoas-RS
Texto do informativo mensal de fevereiro de 2016