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A cura dos traumas da morte

Dentre os vários irmãos que São Francisco de Assis nomeou ao longo da sua jornada nesta terra, nenhum destes irmãos foi mais incompreendido que a irmã “morte”, esta era a denominação que o Santo utilizava para o fim de uma vida.

Encarar a “visita” desta irmã é algo sempre difícil e indesejável, do ponto de vista humano, nunca nos sentimos plenamente preparados a admitir a ideia que alguém próximo de nós ou que amamos finalizou sua história com o mundo e conosco. Temos que entender que a dor da perda realmente faz parte da visita desta irmã, e segundo o protocolo natural das coisas uma visita se caracteriza por um encontro temporário entre pessoas que se conhecem, sim você a conhece! Esta é a única certeza que você tem desde que você nasceu não é mesmo? Uma vez uma senhora ao receber a notícia da confirmação de um câncer em seu corpo vai ao encontro do saudoso Padre Léo (que Deus o tenha) e disse: – Padre! Eu tenho câncer e vou morrer… e o padre respondeu: – Eu não tenho e também vou! A resposta do padre não é no sentido de estarmos confortáveis com esta ideia, mas sim que teremos este encontro independente da nossa vontade.

O mais desafiador de se encarar a morte é encará-la como o último estágio antes do encontro definitivo com Deus, e este é o nosso verdadeiro destino, viver na presença de Deus. E aqui temos a origem dos traumas relacionados a visita da irmã morte, traumas de não ter a fé neste encontro divino e as questões não resolvidas com os entes que se foram.

A falta de fé em Deus nos traz a insegurança, a dúvida de que o vazio deixado pela perda não tem como ser preenchido, então somos flagelados pelo desespero, pelo comportamento revoltado, principalmente com Deus, já que alguém deve ser responsabilizado pelo mal-estar que se criou devido a esta morte, assim esta visita se torna traumatizante e influência diretamente na sua personalidade e vivência. Já o trauma trazido pela culpa acompanha a consciência, que ecoa no silêncio do luto, uma palavra que não pode ser mais escutada se transforma em um sentimento acusatório que agita nosso coração velando por muito tempo uma relação mal resolvida.

Mas quem tem Jesus encontra o balsamo para estes traumas, encontrar-se com o Senhor é fundamental para vencer as marcas deixadas pela morte, e aqui deixamos três posturas que devem ser adotadas para não se abater diante dela:

1ª – Peça o Dom da Fé – somente a fé pode te dar a visão correta do que envolve este apagar da vida terrena e colocará a certeza em seu entendimento que é morrendo que se vive para a vida eterna.

2ª – Creia na Misericórdia de Deus – Nada está perdido até que a palavra de Deus se cumpra aqui e no céu. Os 70 vezes 7 que Jesus nos ensina no Evangelho como direcionamento da dimensão do perdão não rompe somente a medida humana mas rompe qualquer obstáculo construído pela culpa.

3ª – Seja maduro espiritualmente – existem pessoas que acham necessário fazer de tudo para que na hora da dor da perda as demais pessoas se sintam consoladas e abreviem seu luto. Desculpe, mas Jesus não quer que seja assim, ele também chorou quando Lázaro morreu, esta é a atitude de uma pessoa madura na fé, não gaste explicações e nem tente entender a dor de cada um, apenas chore junto, suas lagrimas não terão um reflexo de abandono e sim de compaixão o jeito mais profundo que se pode demonstrar amor.

Encare a irmã “morte” como uma derrotada pela cruz de Cristo e creia no amor que Deus possui por cada alma, assim terás a certeza que nem mesmo a morte pode nos separar deste amor.

Chico Gusso
Coordenador da RCC do Vicariato de Gravataí-RS – 2017/2018
Texto do Informativo Na Presença de Deus – novembro de 2015