Sahifa fully responsive WordPress News, Magazine, Newspaper, and blog ThemeForest one of the most versatile website themes in the world.
A Palavra de Deus, alicerce para a vida cristã
1 de setembro de 2016
A cura dos traumas da morte
28 de outubro de 2016
Exibir tudo

02 de novembro. Dia de Finados

No mês de novembro celebramos a memória dos fiéis defuntos ou o conhecido Dia de Finados. É um momento de prestarmos a nossa homenagem a todos aqueles nossos irmãos que já partiram da nossa convivência. O escritor católico inglês Grahan Green diz: “O povo que não tem respeito aos seus mortos, não respeita tampouco os vivos”. É uma santa e piedosa tradição oferecer sacrifícios pelos que morreram, afim de que sejam absolvidos os seus pecados (cf. II Macabeus 12, 45). São João Paulo II, diz: “A tradição da Igreja exortou sempre a rezar pelos mortos. O fundamento da oração de sufrágio encontra-se na comunhão do Corpo Místico (…) Por conseguinte, recomenda a visita aos cemitérios, o adorno dos sepulcros e o sufrágio, como testemunho de esperança confiante, apesar dos sofrimentos pela separação dos entes queridos” (L’osservatore Romano, n. 45, de 10/11/91). Na Missa, citando a Prece Eucarística II, temos: “Lembrai-vos também dos nossos irmãos e irmãs que morreram na esperança da ressurreição e de todos os que partiram desta vida: acolhei-os junto a vós na luz da vossa face.” A tradição de se rezar pelos mortos iniciou no Século XI, no Mosteiro de Cluny, na França. Por ordem do abade Santo Odilon, foi decretado que, todos os anos, na tarde do dia primeiro de novembro, fosse rezado o ofício dos fiéis defuntos, em todos os mosteiros pertencentes a sua ordem. Assim, a comemoração do Dia de Finados espalhou-se pela Europa, reconhecendo a aprovação da Igreja como dia santo. É importante saber que a veneração dos mortos começou mesmo com o próprio cristianismo, nos três primeiros séculos, pelo culto dos cristãos aos seus mártires perseguidos pelo Império Romano. Tertuliano, no Século III, dizia: “Sangue dos mártires são sementes de novos cristãos”. Os mártires eram modelos de esperança na vida eterna. Mais que na morte, pensavam na imortalidade, assim citava São Cipriano também no Século III. O Concílio Vaticano II (1962-1965) retomou a doutrina milenar de se rezar pelos falecidos, bem como a totalidade do Povo de Deus que se revela nas três dimensões que se concretizam na Comunhão dos Santos: A Igreja Triunfante, composta por aqueles que já fazem parte da posse do céu. A Igreja Padecente, composta por aqueles que precisam ne nossas orações para a purificação de seus pecados e que se encontram no Purgatório e a Igreja Peregrina, composta por aqueles que estão nesse mundo e que caminham para a eternidade. Assim, os peregrinos da terra, os falecidos no purgatório e os santos no céu estão unidos a caminho da ressurreição final. Para o cristão a morte é graça cristã, a exemplo da morte de Cristo. Sua morte abre uma nova porta, a da ressurreição. A vitória da vida venceu a maldição da morte (cf. 1 Cor 15, 54). Em Cristo, a vida e a morte não se opõem (cf. Jo 11,25). Com Cristo nós morremos e com Ele vivemos. São Paulo dizia: “Tenho vontade de ir e estar com Cristo” (cf. Fl 1, 23). Santa Teresinha do Menino Jesus dizia: “Não morro, entro na vida”. Nessa certeza, o Dia de Finados rompe o ritmo frenético de nossa vida para dar uma pausa silenciosa em romaria aos cemitérios. É uma data sagrada, religiosa e piedosa. É cheia de símbolos e ritos com seus significados. Costuma-se levar aos túmulos flores, velas e a oração. As flores falam do sentido da vida, da sobrevivência, na promessa da semente que dela brota e gera vida. A flor é cor e beleza. é a morte que não se acaba. A luz da vela lembra o clarão que iluminou o túmulo vazio de Cristo na Páscoa, a esperança da vida. A oração lembra o mistério da Comunhão dos Santos, a suplica a Deus por aqueles que partiram. Santo Agostinho (Século IV) dizia: “As flores murcham, as lágrimas se evaporam, mas a oração chega até Deus”. Portanto, meus amados irmãos, rezemos pelos nossos falecidos com as mãos e olhemos para a esperança da eternidade com os olhos de Deus.

Padre Lizandro Cardoso Goularte
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Canoas-RS
Texto do Informativo Na Presença de Deus – novembro de 2015